Quem nunca ouviu a expressão “conversa fiada matou carambola”?
Carambola era um negão que vivia no Fonseca em Niterói. E a melhor comparação para descrevê-lo seria “Vera Verão”. Era o mesmo tipo físico e mostrava a mesma “boiolice”. Tinha esse apelido porque era uma fruta sem vergonha. Como é costume que as bichonas tenham amigas mulheres, com ele não era diferente e estava sempre com mulheres bonitas, o que causava certa dúvida com relação a sua sexualidade. A sua melhor amiga era a mulher de um policial “cana dura”, que tinha fama de brabo, matador etc. Carambola vivia pra cima e pra baixo com a mulher do cara e parecia que o cara não se importava, pois quem olhasse para o Carambola via logo uma bichona escrita. Acontece que por ele raramente ser visto com homens, as más línguas colocavam uma interrogação no relacionamento que ele tinha com as mulheres, principalmente a mulher do policial. E a conversa fiada rolava direto. Os malandros diziam que ele se fazia de bicha pra se aproximar e pegar as melhores mulheres. Outros, ao contrário, não duvidavam de sua boiolice, pois seria o mesmo que duvidar que a “Vera Verão” fosse gay. Era muito flagrante toda aquela desmunhecação. Mas as especulações eram rotineiras e o disse me disse continuava, até que um dia o policial chegou em casa e, não encontrando a sua mulher, resolveu procurá-la pelas redondezas. Com certeza já emprenhado pelo ouvido, ao encontrar sua mulher com Carambola em frente à padaria numa intimidade que não era de seu agrado, resolveu ali mesmo dar fim aquela situação e ao mesmo tempo em que matou o grilo que lhe atormentava matou também o Carambola com um tiro na testa.